quinta-feira, 28 de maio de 2009

Vazio

Colocou uma cadeira, escorou os cotovelos na janela. Sentou-se e observou, observou a tarde inteira. Ela sempre gostou de observar a vida alheia e mal sabia por quê. Não conseguia notar que aquilo fazia as horas passarem mais rápido. Talvez porque não quisesse perceber que procurava, inconscientemente, nos outros, substitutos para seu próprio vazio.
Ela nem sabia o porquê do vazio. Ou dos vazios. Saberia se tentasse descobrir, mas naquele momento não era importante, o caçula da vizinha da frente acabara de levar um escorregão muito engraçado e ela precisa sair da reta da janela para poder rir.
Poderia ser maldade rir do pequeno, pensou enquanto abafava o riso e olhava ao redor da casa vazia, mas ninguém iria lhe criticar. Do mesmo jeito que ninguém completaria o vazio.
Mas não quis pensar nisso, botou a cadeira de volta no lugar e foi lavar a louça. Amanhã nada terá mudado, pensou. Mas ela se sentiria melhor.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Voltei. Acho. Simplesmente adoro ser imprevisível e fazer o que quando der vontade, apesar de não ser assim.

E, no fim das contas, o começo vira fim e vice-versa. Nada mais é tão fim das contas assim.