domingo, 15 de maio de 2016

O Velho e o Novo





13 de maio,


Paulo Afonso,
Maria Bonita.

Hoje, apesar de um dia de datas confusas, foi o dia em que bati asas para nutrir raízes.
Ultimamente, são esses os encontros que mais me agradam. Ultimamente, os Re-encontros tem me agradado muito.

Bateu o prazer do bater de asas, que sempre me preencheu por si só. Mas, agora tem sido mais que metaforizar a ideia do ar, em busca de águas.
Tem sido uma descoberta de que essa imagem do ar, para ver a água como forma de reconexão com as terras tantas e o nutrir do fogo interno.

Hoje, no lugar mais ao norte que já fui em território brasileiro, me senti muito perto de casa.

Sentada na beira do Velho Chico, me surpreendi com o tanto que ele me pareceu novo. Um sentimento paradoxal de que eu já sabia todas aquelas histórias que ele tinha pra contar, mas que nunca as tinha ouvido antes.
É um misto de reouvir as histórias de sua família que você já sabe de cor, com o gosto da novidade, Reouvi-las de alguém diferente, ou ouvir um detalhe novo daquele mesmo contador de histórias de sempre.

E descobrir que ele tem ainda muito mais pra te contar do que jamais se sonhou ouvir.

Hoje, apesar do café da manhã ter sido cuscus o invés de broa e pão de queijo, o feijão do almoço tinha gosto de roça.

E roça tem gosto de casa.

Eu já conheci o exercício de sair de si, e do conforto do conhecido. Já sabia tudo o que nele há de bom e de viciante. Hoje esse exercício se encontrou com o da introspecção e reconstrução interna.

Hoje não fui nem rio, nem mar. Fui pororoca.

Tenho aprendido a carregar (e a ser) ambas energias, tão diferentes e tão complementares. Tão calmantes e revigorantes, apesar de doce e sal.
Viajar sempre se tratou de partir e descobrir. Expandir e voltar pra casa ainda maior!

Desde que parti sem data pra voltar, tenho aprendido a ser minha própria casa. A ser minhas histórias e minhas vivências.

Tenho aprendido a ser cada banho de rio e de mar.
Tenho aprendido, no meu próprio reencontro, a força de ser encontro.