domingo, 19 de agosto de 2012

Nem toda feiticeira é corcunda

Nem toda sogra é uma bruxa, nem toda madrasta é má.
Nem todo casamento é feliz, nem toda separação é triste.
Nem toda ex é megera, nem toda atual é vagabunda.
Nem todo cabeleireiro é veado e nem todo veado é cabeleireiro.
Nem todo político é corrupto, nem toda mulher quer casar.

Nem toda balada é boa, nem todo amigo pede dinheiro emprestado.
Nem todo cristão odeia os gays, nem todo cientista social é maconheiro.
Nem todo americano é patriota, nem todo brasileiro gosta de futebol.
Nem todo amor dura para sempre, nem todo amor é sinônimo de compromisso.
Nem todo carinho é sincero, nem toda mãe é mãe.

Nem toda ofensa ofende, nem todo pedido de perdão é difícil de fazer.
Nem todo fã de restart é novo, nem todo pagode é ruim.
E nem todas as músicas dos Beatles são boas também.
Nem todo clichê é ofensivo, nem toda generalização é sem sentido.
E nem todo texto tem um significado escondido.

sábado, 18 de agosto de 2012

Hora da Partida II

Me assombra essa vontade louca
de ir embora.
Sinto que já passou
da hora.

Preciso ir,
pra crescer,
de verdade viver,
em paz.

E aí, talvez voltar,
com consciência de que
não vou encontrar nada melhor,
em nenhum outro lugar.

E talvez ficar.
Montar um ninho de palha macia,
temporário,
pra poder partir de novo
n'outro dia.


"E no mais, estou indo embora!"

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Classificados

Meu nome é Fernanda, tenho 20 anos.
Sou estudante de ciências sociais duma universidade em greve e sem previsões de retorno.
Estou absolutamente cansada de defender posturas políticas que nem sei se tenho.
Procuro alguém que aceite carinho sincero, sem segundas intenções, e que se comprometa a não discutir assuntos políticos, filosóficos ou qualquer um desses "assuntos da vida".
Ah, também não tenho um tostão, portanto não posso nem te pagar um chá.
Ofereço, sem promessas de bis, sem conotação sexual, num lugar gratuito.
Trocando em miúdos, quem aí aceita um cafuné enquanto falamos besteiras? Melhor ainda seria se não falássemos nada.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Soro caseiro tem gosto de lágrima

E há algum bom tempo, mas não tanto tempo assim;
eu imaginava minha vida, transportava  minha alma pra situações modelos inexistentes.
Sofria e curtia emoções que não eram minhas.
Simultaneamente a conformidade acalentava meus dias feudais
Sempre iguais.


Hoje, uma janela se abriu.
Não que vou ser capaz de realizar todas as coisas que sonhei.
Mas num mix intenso de medo e alegria imensa.
Sinto saudade daquilo que estou vivendo!