domingo, 4 de dezembro de 2011

Nostalgia

Olhando fotos antigas,
revivendo o passado em pensamentos.
Às vezes as saudades são tão gostosas,
às vezes são tão doídas.
Saudade da época em que parecíamos felizes.
Será que minha mente me engana?
E na verdade nunca fomos felizes assim, no fim das contas?
E no meio disso tudo.
A saudade mais doída de todas.
A saudade de tudo que eu ainda não vivi.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Amores desestruturados

Esse é um manifesto de quem não tem estrutura para amar.



Porque eu simplesmente não consigo me encaixar nos padrões de relacionamento que fariam sentido numa situação normal.

Eu quero poder me apaixonar sem ter que demonstrar isso com beijos.
Eu quero cantar canções de amor e poder sofrer paixões que não são minhas.
Quero me apaixonar repetidas vezes por um sorriso sem dentes.
Quero cuidar de pessoas que não cuidaram de mim.
Quero amar metafisicamente.
Quero envolver corpos que não envolvam corações.
Quero amar um ex-amor.
Quero viver minhas próprias patologias.

Porque eu não tenho estrutura para amar. E nem quero ter.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Matemática

Encontro de almas, de corpos, de corações.
Encontro de certezas incertas e desencontros de razões supostamente certas que sempre foram tão erradas para eles.
Era paixão demais, era fogo demais, mas também era amor.
E amor nunca é demais.
O amor, sempre homogêneo, estava presente no sexo, por mais que nesse as coisas fossem o mais heterogêneo possível.
Às vezes um olhava enquanto os outros dois brincavam. Às vezes eles trocavam. Às vezes participavam todos.
A verdade é que eu pouco entendo, mas não importa, nunca fui boa de matemática mesmo.
A única coisa que sei é que, no caso deles, era mais legal multiplicar do que somar.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Caos

Tenho tido tanto pra dizer e tanto pra pensar,
que preciso mesmo, é de esvaziar a mente e parar pra ouvir.

domingo, 20 de novembro de 2011

Bolhas, bolhinhas e bolhões

Era uma vez uma mão.
Que encontrou uma enxada.
Da união nasceu uma bolha.
Que não resistiu por muito tempo.

Eis que da antiga bolha
Nasceu uma outra bolha,
Menor, mas não menos dolorida.
Que também furou rapidinho.

Mas o mais engraçado nessa história não inventada,
É que, por mais que essa brincadeira traga a dor verdadeira,
vejo o quanto estou feliz e grata,
Por ter tido a bolha da vida estourada.
(Ainda que por pouco tempo)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Insônia

Hoje acordei no meio da noite e custei a dormir.

Mas pela primeira vez eu não fiquei com raiva porque estava cansada e queria dormir.

Muito menos preocupada por ter que acordar cedo no outro dia.

Eu só sabia sorrir. Lembrar e projetar, ao mesmo tempo coisas tão pequenas mas que me fazem tão feliz.

Foi uma paz e uma alegria imensa.

Usando a definição de um grande amigo meu, foi a sensação de que o mundo podia cair que eu ia passar dançando do ladinho dos escombros...

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Aos 14

Um sorriso, um "oi".
E o pensamento sempre processando muito rápido motivos para aceitar ou não aquilo como o sorriso, ou o "oi".
Sem respostas, resta a dúvida e mais um bocado de sorrisos que são só mais uns.
E aquela expectativa que parece não ter fim.
Não que a noite tenha sido ruim,
é só que poderia ter sido bem melhor.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Diego

Não entendo muito bem de arte.
E acho que arte não é pra ser entendida.
Mas acho mesmo que só acho isso porque não entendo de arte.

Mas consigo achar isso ou aquilo bonito.
E consigo achar maravilhoso,
A ponto de me perguntar: Deus, como isso é possível?

E eu vejo.
Quadros, desenhos, pinturas, miniaturas.

Na sua mão tudo vira arte, e isso me impressiona demais.
lápis de cor, lápis sem cor, terra, carvão, papel, moldura, durepox.
E no meio disso tudo tanta música.
Porque você ama música e a música parece te amar, e você faz ser visto aquilo que ouvimos nessa confusão de música, papel, material, arte e você.

Você inventa arte.
E se a arte imita a vida,
acho que você inventa um pouquinho de vida também.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Benjamim Button

Acordou com a sensação de que tinha descobrido o que havia de errado.
Descobriu que tinha em si um pouco de Benjamim Button.
Com o corpo, tudo certo, mas com a alma, algo andava meio decrescente.
Nasceu velho, chato, preguiçoso e cheio de razões que achava ter e não tinha.
Com o passar dos anos, ficava mais animado, mais disposto, com mais vontade de conhecer o mundo.
O problema é que as pessoas ao redor não eram assim.
As pessoas se desenvolviam conforme se tem que ser, ficando cada vez com mais responsabilidades, mais stress, com mais preguiça.
E ainda que achasse uma delícia estar rejuvenescendo, ia ficando cada vez mais sozinho num mar de pessoas.
Que sempre esperavam o dia que fosse crescer.

sábado, 24 de setembro de 2011

Carta de apoio aos professores da rede estadual de Minas Gerais

Queridos guerreiros,

Eu não sei se essas palavras ajudarão vocês em alguma coisa. Já é tanta mentira, tanta injustiça, enfim, tanto mal que eu já desconheço a quantidade de bem necessário para neutralizar um pouco essa história. Mas, me desculpem o egoísmo, preciso me ajudar. Eu preciso, eu necessito falar, escrever e gritar contra tudo o que tem acontecido. Eu necessito tirar de mim toda a força que possuo e entregar para vocês (não que vocês pareçam precisar) para que vocês continuem administrando essa nossa chance de nos levantarmos contra os gigantes e mostrar que independentemente do tamanho da repressão imposta, sempre haverá espaço para a luta pela verdade e o bem.

Preciso agradecer, imensamente, por tudo o que fizeram e fazem por mim. Obrigada por me ensinarem a ler, a escrever e por me ensinarem a importância que isso deveria ter em minha vida. Obrigada por me colocarem na universidade que hoje estudo. Obrigada por perguntar o que havia de errado comigo quando eu não estava bem e por me ensinarem, assim a importância de se preocupar com o outro. Obrigada pela lição de cidadania e por defender com tanta garra a melhoria do meu país em sua maior capacidade de mudança: a educação. Mas, mais que tudo isso, muitíssimo obrigada pela lição de vida. Por me mostrarem o que é a verdadeira fé, a força, a alegria e o otimismo diante das dificuldades.

Quando o governo desvalorizou tanto a educação, acabou criando aquilo que ele chamaria de “monstros”: profissionais que não consegue mais controlar, nem entender a incapacidade de desistir diante de tantas retaliações e ameaças. O governo não entende porque nunca teve que enfrentar a precariedade da infraestrutura das salas de aulas, a ingratidão de alguns pais e o desinteresse de alguns alunos, nem a falta de dignidade retratada no contra-cheque. O governo nunca teve que fazer das adversidades o seu trabalho e nunca teve que extrair dessas cada vitória e motivação para seguir em frente. Isso o governo – e que perda para ele por isso – não entende e, logo, não entende que não iremos desistir!

Finalizo, enfim, me emocionando e agradecendo mais uma vez por não pararem de me ensinar nunca. Até aproximadamente 100 dias atrás, nem me passava pela cabeça dar aulas. Hoje já me vinculei à licenciatura e aguardo ansiosamente o dia em que terei a honra de dizer que sou uma de vocês!

Muita força companheiros,

O grito de força de vocês é o meu grito e o grito de todo cidadão brasileiro!

Um forte abraço e até a vitória!

Fernanda Rodrigues – Estudante de ciências sociais UFMG

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Faz de conta

Uma hora eu vou ter que fazer ciência.
Mas eu queria mesmo era fazer de conta.


Houve uma época que invenção era legal.
Ser inventor tinha lá seu charme.
Hoje, se sonhamos com um mundo melhor estamos "inventando demais".


Eu quero a mudança do mundo.
E quero que venha de dentro pra fora.
E não quero brigar pro mundo mudar.
Eu quero amar, amar e amar mais um pouco.
E minha revolução viria daí: do ato difícil de continuar amando, mesmo quando não der mais.

Não importa qual o sistema de produção, não importa qual a forma de governo.

Importaria educação, gentileza, bom-senso e mais um pouquinho de amor.

Mas isso não é ciência. E que besteira eu ficar aqui pensando essas coisas, quando tenho um monte de metodologia pra estudar.

Não dá pra ficar pensando em besteiras, porque eu tenho um monte de ciência pra fazer.

E eu vou lá, fazer trabalho.
Fazer artigo,
Fazer resumo,
Fazer o bem...

Ih, olha eu fazendo de conta de novo.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Quem procura, acha.

E me aperta a garganta a dúvida de porque que eu sempre procuro com tanto afinco quem eu menos quero encontrar.

É bom te ver, conversar com você e saber da sua vida, mas é angustiante, porque não é da sua vida que eu quero saber.

É de outra. (ou não?)

Mas eu continuo procurando várias outras...

No fim das contas eu deveria procurar é a mim mesma.

Mas eu tenho tanto medo de me achar nesse alguém que não sou eu. {E se for (e se não for?) como é que fica?}

Sei lá, procuro tanto quem eu menos quero encontrar, com medo de achar quem não estou procurando.

Sol, Raio e Lua

Começa o mês e meu amor é tão crescente, que eu realmente acho que as coisas vão vingar.
Mas aí, na semana seguinte, as coisas minguam e eu não quero mais te ver.
Na semana depois vem a angústia e a vontade de conhecer coisas e pessoas novas.
Mas a semana decisiva e a que dura mais tempo é aquela em que me dá vontade de sumir e eu fico cheia de tudo e todos.


Não dá pra parar de me perguntar: se eu gosto tanto do Sol, porque Raios tenho que ser tão de Lua?

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Saudade da praia....

Era cedo, calor.
Foi pra praia.
Jogou bola, tomou Sol, encheu o rabo de areia, nadou.
Ficou todo ardendo.


Foi pra casa, tomou um banho.
Pôs uma roupa confortável e voltou pra praia.
Sentou, ouviu o barulho do mar.
Encheu a mão de areia e depois esvaziou.
Respirou fundo, foi embora.

Dia seguinte, o céu nublado.
Foi pra praia de novo e mesmo assim.
Caminhou, tirou a areia dos olhos.
Ficou até o dia virar noite.
E fez questão de assistir o processo ali mesmo.


Ficou ali horas e horas,
sentindo o vento, cheirando o sal do mar.
olhando as palmeiras, as pessoas, esse planeta em particular que é a praia.
Fingindo que estava pensando na vida.
Porque na verdade não conseguia pensar em nada,
só esvaziava o pensamento.
Mas mantinha aquela expressão de quem tem muito o que pensar da vida.


Todo aquele tempo que ficou ali,
enterrando e desenterrando os pés,
só uma coisa lhe passou pela cabeça:
Será que se morasse na praia, perto da praia...
Amaria a praia como se ama alguém?
Assim como a saudade tão verdadeira que dela sente quando está longe?

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Fim do pote de ouro


Por que alguém gostaria de chegar ao fim do arco-íris?


Prefiro permanecer assim: eu ali pra ele, ele ali pra mim.

Porque ele sabe mais de mim do que eu jamais saberia.

Porque mesmo tão diferente de mim me dá conselhos melhores do que eu jamais daria.

Que em tantas divisões consegue ser um só na mais rara representação da beleza divina mais pura.

Me diz agora alguém que se diz sábio:

Pra quê querer o pote de ouro...

Se no fim do pote de ouro não tem um arco-íris?

terça-feira, 5 de julho de 2011

Eu sou coelho


É, todo mundo me aponta e vê em mim orelhas grandes, olhos vermelhos e pêlo branquinho.
Tá bom, se vocês insistem, eu sou um coelho.
Não vou brigar por causa disso. Não mais.

É porque eu tenho uma coisa de peixe em mim.
Quase ninguém sabe, mas se eu não tivesse tão benfeitamente sido feita coelho, eu seria peixe.

Eu sempre tive que conviver com essa crise de personalidade.
Já briguei muito com as pessoas tentando provar pra elas que sou peixe e não coelho.

Em vão.

Até o dia em que eu percebi que o que me incomoda não é ser coelho.
É ter que agir como um coelho.
Não me importo de ter orelhas grandes, olhos vermelhos e etc.
Desde que não me coloquem pra entregar ovos de páscoa.
Ou sair de cartolas.
Deus, eu odeio cartolas!

No fim das contas eu acho ótimo ter nascido coelho.
Porque eu vou fazer o que eu quero e nadar como um peixe!

E provar pra todo mundo que nem todos os coelhos são iguais, nem todos os coelhos tem que ser iguais.

Assim, como nem todos os peixes, nem todos os leões, nem todos morcegos tem que ser iguais.
O que te parece natural só o é até onde você deixar que seja!



domingo, 3 de julho de 2011

Personalidade múltiplas

Já faz um tempo que descobri que sou muitas.
Uma pra cada pessoa do meu caminho.
E são muitas pessoas no meu caminho.

Seria isso ruim?
Essa fluidez de personalidade é sinônimo de ausência de opinião própria?

Em um tempo da minha vida descobri que não.
Sou como várias imanências com uma essência em comum.

O problema é quando as imanências se conflituam com a minha essência.
E aí eu já não sei mais o que é essência, o que passageiro e o que é necessidade de aceitação.

Já não sei mais quem ou o que sou eu.

Se eu percebo que até minha essência é mutável, ainda conta eu me sentir segura só por ela não ser tão mutável quanto as minhas outras características?

Tá, tudo tem um limite e isso me tranquiliza, mas às vezes eu perco o ponto onde o limite está.

O que eu tenho a fazer é respirar fundo e resolidificar minha essência em trânsito.
No fim das contas é mais fácil quando se aceita que viver é sinônimo de reconstruir.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sou depois que a história termina

Sou eu.
O fim.
Por que eu sempre me perguntei:
E depois de "Felizes para sempre?"
Não é possível que venha o mais felizes para sempre...
Então o que vem?
Eu.

Me vem...
Depois de tudo.
Não sei mais quem ou o que sou eu.
Só sei que não sou aquilo que significou a história toda.
não sei nem mesmo se é de fato fim.
Mas sou eu.
Num momento assim:
Sou depois que a história termina.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Alice in Neverland

Ah, não, eu não escrevi errado.
As coisas que estão errado.
Alice foi parar na terra mágica errada.
E não, não é uma mistura de sonhos e magias e belezas.
É um pesadelo.
Ó, bem-vindo ao pesadelo da Alice.
Ou ao pesadelo da Terra do Nunca.
Porque os dois são um. Que deveria ser dois que nada tem de igual.
Mas são um.

Alice aprendeu a voar. E o coelho também.
Mas não, o coelho não deve voar. Ele deve estar atrasado, sempre atrasado.
O gato da Alice me dá medo. E tem 4 garras no lugar das patas.
Isso faz dele um vilão.
E aí meu medo por ele some.
Mas como pode?
Ou como não pode?
Em dois contos de pura fantasia, como pode estar tudo fora do lugar?
Aé, está tudo fora do lugar.

E os personagens das histórias se misturam tentando mostrar onde é o lugar de cada coisa.
Mas a Alice só sabe que nada daquilo faz sentido, porque a única coisa que faria sentido era tudo estar fora do lugar ["Mas fora do lugar em sua respectiva história, Alice." Diz Sininho]

E ela põe as mãos na cabeça e solta um grito rouco e doído e desesperado:
- AAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH


A Alice não consegue sonhar, não consegue chegar ao chapeleiro maluco porque ela está perdida. E se fosse o país das Maravilhas ela não estaria perdida.
Mas isso aqui não é o País das Maravilhas.
Isso é a Terra do Nunca.

sábado, 14 de maio de 2011

Jorge

O nome dele é Jorge. Ele é um cara incrível. Tem a ótima/péssima mania de andar. Cruza a cidade de cima abaixo a pé e por vezes viaja entre cidades só assim, andando.
E ninguém consegue entender, como alguém em tempos como o nosso consegue gastar tanto tempo assim andando. São inúmeras obrigações e diversões que ele perde em trânsito.
Mas ele não esconde o segredo dele. Se alguém pergunta porque bulhufas ele gosta tanto de andar ele responde que é mais do que um simples passatempo. É uma filosofia de vida.
"Filosofia de vida? Pfff" dizem os seus e não continuam o assunto.
Se perguntassem que filosofia de vida é essa ele responderia que o segredo está todo no caminho.

"Determinar um objetivo na vida é mais que importante, é fundamental. Mas não é tudo. A maior parte da vida não estamos estabelecendo ou realizando planos, estamos no processo, no meio. Estamos no caminho, entre um sonho e outro. Sendo assim, se considerarmos esse processo apenas uma perda de tempo necessária em função de um objetivo maior perdemos grande parte do que a vida tem pra ensinar. A felicidade enquanto sentimento absoluto não é alcançável, mas ela está presente em pequenos momentos, no dia-a-dia, no trânsito. Só assim podemos ser felizes: observando e aproveitando os pequenos momentos da vida.
É claro que alcançar um objetivo (ou chegar em algum lugar) é ótimo, é o melhor dos sentimentos, mas não dura pra sempre. Então eu aproveito o máximo do intervalo entre eles.
Eu aproveito todos os caminhos."

Jorge é, supostamente, um personagem fictício. Eu pelo menos não o conheço. Se você conhecer, favor apresentar que eu tenho várias coisas a dizer pra ele. "Valeu mesmo!", seria a primeira delas.



Vai ver qual é o caminho que o Hélio escolheu pra falar de caminhos!

sábado, 16 de abril de 2011

Tem dias que a gente se sente...

Como quem partiu ou morreu.
Sem saber até onde a pena que nasce de ti é algo físico, mental ou moral.

Como encarar a tempestade em alto mar quando nunca se nadou sem as velhas bóinhas de braço?
E após aprender, quem é que quer ficar preso às bordas?

É claro, você ama as bordas, mas elas nunca serão como a pizza.
Aquela pizza que você ama, mas que não pode comer. Primeiro porque, mesmo se for o dia da semana que você pode comer carne, você prometeu pra sua mãe que não ia comer fermento por uma semana.

Pegou, levou. É, é assim que tem que ser. Ou não, o que eu vivi ontem já não é mais o hoje de hoje e provavelmente já até deixou de ser o ontem.

Se a maneira como eu me sentia não faz o menor sentido, qual a verdade em continuar sentindo tais coisas, mesmo que não se esteja fingindo o sentimento que já não se tem mais.

E dá um medo, dá aquele medo!
Mas ela é diferente de mim porque o que ela tem todo mundo tem.
Até eu, ou não, mas não é coisa de outro mundo.

O fim chega pra todos, mas a transcendência permanece. Então o fim só existe pra nos dar novos começos.

E um texto que era pra ser completamente confusão e brain storm acabou por ficar otimista.
Porque assim sou eu e isso me dá raiva.
Porque eu estou na pior tempestade de todos os tempos, mas não quero mais as bóinhas de braço, e aí eu fico engolindo água, salgada, me desidratando. só esperando o dia que eu vou aprender a nadar, pra tentar chegar até a costa e tentar conseguir um pouco de água doce.

Tá, tá, às vezes ser otimista é bom.

Mas é que tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu.

domingo, 27 de março de 2011

Zapeando

Domingo à noite. Cansaço, preguiça, sofreguidão. Aquela coisa de sempre, de domingo.

Marasmo. Sem amigos, sem família, sem amores. Mas nada de muito dramático, só era domingo, e assim são os domingos.

Cheio de coisas pra fazer pro serviço, alguns hábitos de higiene um pouco abandonados, mas nada iria fazer com que saísse dali. Era aquela conhecida hora da semana de deitar no sofá, meio de lado, e passar pelos canais como se isso fosse ajudar as horas as passarem também.

Pois sim, estava ali a zapear. E eu sempre achei estranha essa palavra, ‘zapear’. Mas mais estranho ainda é existir um verbo para a ação de mofar algumas horas no sofá, sem se mexer e sem assistir nada de verdade. É como existir um verbo para o vazio de domingo que nos faz pensar em todas as coisas que não queremos pensar e nem sabemos bem porque não queremos pensar naquilo.

E é por isso que ficamos a zapear. A programação de domingo já é uma bosta por si só, e quando não se quer pensando em nada então... trocamos de canal como trocamos de pensamentos, mas a diferença é que ainda não inventaram uma televisão que faz aparecer os programas que precisamos assistir para não encontramos com nós mesmos e nossos problemas.

Até porque, voltando à nossa história é domingo. E depois de domingo temos segunda, terça, quarta... E aí vem a sexta, vem o sábado e tudo fica melhor de novo.

Quem quer passar uma semana péssima (quem sabe um mês, ou ano?), cheio de sentimentos angustiantes e pensamentos deprimentes só porque não soube zapear direito?

E no fim das contas as coisas são assim: semana de obrigações, sexta e sábado de curtição e domingo de zapeação. E começa tudo de novo. E de novo. E fora algumas variações e tribulações o tempo corre seguindo essa linha. E eu não estou julgando, nos condicionamos porque é bom, é fácil. E sem querer entrar aqui em divagações sobre o ser fácil e o ser certo, fácil é bom e ninguém pode negar.

Ou não haveria o verbo zapear, nem tantas aplicações para ele.



[Voltei a escrever textos em parceria com Hélio! Vai lá visitar o blog dele vai? http://elho2.wordpress.com/]

terça-feira, 8 de março de 2011

Quando beleza, amor e felicidade são uma coisa só.

Nunca te vi tão linda! E também nunca te vi tão mal arrumada...
Como pode então?
Como é possível definir essa beleza que não vem do cabelo perfeito, das unhas bem feitas, da maquiagem bem desenhada?
É uma força, é um brilho indescritível. Seu sorriso, que tenho no momento só em memória, já que há muito não te vejo é a coisa mais divina que eu já vi.
Acho que é isso: Essa beleza não-convencional é como a beleza da felicidade. É como se eu pudesse ver, na minha frente a personificação da felicidade.
E é tudo tão lindo, é mágico, é divino. Sua segurança, que me surpreendeu se uniu ao amor incondicional que eu já esperava mas que tem outra força quando visto efetivamente, e agora eu me sinto encantada, embriagada, por algo que supera qualquer uma das mais belas obras.

Vi uma foto sua de um ano atrás. E você, bela como sempre, mas uma beleza diferente. Uma beleza comum, que me fez amar ainda mais a beleza que você tem exalado há algumas semanas.

A cena perfeita de você olhando pro seu amor, seu pequeno e indefeso amor mexe comigo e me deixa assim, boba, crente em Deus e esperançosa de que o amor vai mudar o mundo. (E porque não mudaria?)

Você tem um dom. E eu agradeço por poder ver isso tudo de perto, agradeço a Deus por minha afilhada ter tanta sorte em ter você!

Que seu brilho maternal cresça e perpetue, nas primeiras palavras, nos primeiros passos, na primeira prova.

E na segunda, e na terceira.
E para sempre, para todo sempre.


Você sempre foi linda. Mas agora está mais linda do que qualquer coisa que eu já vi!
E eu amo vocês por tudo isso!

sábado, 5 de março de 2011

Solidão e elixir.

Algumas vezes fico imaginando como deve ser ruim a vida de uma pessoa solitária. Olhar para os lados e não ver ninguém deve ser ainda pior que ver um monte de gente que não está nem aí pra nada.
Ter um monte de opções indesejáveis tem que ser melhor do que opção nenhuma.

Né?

Sentar num bar e querer muito pedir aquilo que não está ofertado no cardápio não faz o menor sentido. E é por isso que na maioria das vezes que eu nem quero pedir mais nada.

Que me critiquem os otimistas, mas sobre "Antes um copo meio cheio que um meio vazio", o que eu tenho a dizer é que ou tudo que tenho direito, ou copo nenhum, obrigado.
Pode parecer o orgulho mais puro e odioso, e talvez até seja. Mas é uma sensação muito desagradável experimentar do mais doce elixir numa quantidade que sua sede não será saciada.

"Às vezes parece até que a gente deu um nó
Hoje eu quero sair só
Não demora eu tô de volta...

Vai ver se eu tô lá na esquina, devo estar...
Já deu minha hora e eu não posso ficar...
A lua me chama, Eu tenho que ir pra rua.."