domingo, 23 de março de 2014

Pé de manga

Se eu te contar minha vida debaixo de um pé de manga
A pé de pano
Vou dando pano pra manga
Pra poder te mostrar
Essa ferida que não estanca
Esse meu coração que sangra
Obrigado a desacreditar

Se é assim que a banda toca
Vou fazer a minha dança
Que é pra ver se você se toca
E cola junto na mudança
Pra poder desordenar

E por falar em cola
E em ter que sair da escola
Me explica a matéria de história
Mais parece treta de gente de fora
Que nada tem pra acrescentar
E os moleque que faz as prova
Cheio de história pra contar
Cê vai fingir que ignora
Só porque não cai no vestibular

Pois eu decidi escutar
Fazendo diferente
Eu quis improvisar
E achei que era só gentileza
Mas Paulo Freire chamou de boniteza
E disse que tinha um nome pra dar
Ao direito a não-certeza
Ele chamou de educação popular
E eu, que achei que não tinha nada pra ensinar
No dever de aprender
Compartilhei o meu viver
E quem sabe um dia eu chego lá

Interagindo,
Vou agindo entre os seres
Pelo poder de lutar
Atuando
E compartilhando os saberes
Pelo direito de acreditar
Na transformação
Ponho cor e ação
E pelo sim, pelo não
Vou me agarrando a mão
De quem também sofre

dessa patologia de sonhar