sexta-feira, 13 de julho de 2012

Seja bem-vindo.

Seja bem-vindo de volta, Tommy.
Agora você não me assusta mais.

Meu lago não é mais inviolável, sinta-se a vontade pra chegar.
Favor só respeitar as regras.

A sensação não é mais vazio, é plenitude.
Não é mais tédio, é paz.


Se eu não enxergo, é porque tirei meus óculos;
Se não escuto é porque o meu fone de ouvido está ligado, no último volume.

Não me sinto mais atrelada/atolada a nada.
E é exatamente isso que me faz feliz.

Vem aqui, Tommy, que eu quero te contar.
Parece até que eu consegui!
Hoje eu não quero nada mais.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Água mole em pedra dura



O primeiro passo na rua coincidiu com a primeira lágrima. Mas só.
No segundo passo as lágrimas já estavam em perda de contas.
E durante todo o percurso passos e lágrimas se somavam nesse descompasso ritmado e incoerente.
As gotas de chuvas rareadas se misturavam com a água dos olhos, diluindo um pouco o sal que ali havia.
Que sensação poderosa!

Não, não vou ter a ousadia de dizer que estava tudo bem. Estava tudo mal, tudo péssimo.
A tristeza brotava do fundinho do coração e insistia em se liquefazer sem que atravessasse a ponte da mente.
Mas alguma coisa havia mudado e em meio ao turbilhão de emoções essa não pode ser ignorada.

Metaforicamente, era a mesma sensação de mergulhar num só pulo em uma cachoeira em pleno inverno.
A água é tão gelada que chega a machucar, dói no fundo, nos ossos.
Mas há algo nessa sensação que funciona tão bem quanto um tapa na cara:
ACORDE! VIVA! SINTA!