segunda-feira, 21 de julho de 2014

Quem dera ser um peixe

Tem dias que a gente se sente um pedaço de nada.
Dá um vazio, e o peito bate num cansaço arfante de buscar alguma coisa no ar que seja mais que oxigênio.
O desespero de não sentir nada por vezes é mais cruel do que a dor de sentir dor e a gente segue, galgando as esperanças de ser, seja o que for, pra algum dos seus, pra si mesmo.
Ah, ser humano da natureza torta que tem, então no próprio nome a obrigação de ser.
Quem dera ser qualquer outra coisa, pra não ter que ser...
De preferência ser um peixe, pra existir nesse nada-nada
Nada...
Nada.
Nada!

E ir indo por aí, até onde eu quisesse nadar.