domingo, 12 de setembro de 2010

Móbile

De novo eu não consigo dormir.

Mas também não preciso mais arrumar mil coisas pra fazer nas madrugadas insones pra não sentir mais o peso da solidão.

Minha barriga está enorme e só agora que te considero companhia. Será que você me perdoará por isso neném?

Será que eu te conto que já não te quis, agora que te quero tanto?

Mas foi tudo por que tinha medo de passar por tudo isso sozinha... E como fui tola! Só agora sei que com você é que, pela primeira vez, não estarei sozinha. Serei sua mãe, seu pai, seus avós e o que mais você precisar de mim.

Tenho que correr atrás do prejuízo. Falta pouco mais de um mês para sua chegada e ainda não sei onde você vai ficar. Não sei nem o seu sexo pra decidir qual vai ser a cor do seu quartinho. Quartinho que eu vou me sujar toda pintando.

Mas agora eu vou fazer um ultra-som. Nem que seja o único, mas vou fazer e vou descobrir se você será anjinha ou anjinho para escolher roupinhas e as cores do quarto.

Enquanto isso vou comprar seu móbile. O meu significou tanto para mim, é a única coisa que lembro da minha infância. Ele era todo de borboletas em pano quadriculado. Era lindo, mas preto-e-branco. Será que minha mãe já sabia do meu potencial de descolorir a própria vida?

Isso não importa mais. O móbile do meu neném vai ser azul. Mesmo se for menina, ela tem que saber gostar de azul!

Afinal, azul é cor do céu.

E eu quero que ele(a) sonhe sempre. Quero que sonhe com o céu e com um mundo melhor do que esse que a sua mãe fracassada insistiu em fazê-lo(a) nascer.

(Texto escrito em parceria com o Hélio: http://elho2.wordpress.com.
Escreveremos textos com o mesmo tema sem trocar informações ou idéias e respeito e depois veremos as diferenças entre eles. Legal né?)

Um comentário:

  1. Ficou ducaralho!!!

    (e bem que eu disse no meu texto, "móbiles falam de sonhos")

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